O Expurgo do Condado

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Uma das minhas partes favoritas de O Senhor dos Anéis é o livro 6, capítulo 8, “O Expurgo do Condado”, o penúltimo capítulo de O Retorno do Rei.

Após a destruição do Anel e a queda do Senhor do Escuro, Frodo, Sam, Merry, e Pippin retornam ao Condado apenas para descobrir que ele foi tomado por estrangeiros que escravizaram e saquearam os hobbits e arrasaram a terra.

Os veteranos em retorno incitam seu povo à rebelião, matando muitos dos usurpadores e expulsando o resto. Eles então descobrem quem estava por trás: o mago caído Saruman, que é banido do Condado. Antes que ele possa ir embora, porém, ele é morto por seu servo no crime, o traiçoeiro Língua-de-Cobra, que então é morto por três flechas hobbits.

Esse capítulo foi omitido da trilogia cinematográfica de Peter Jackson (bem como da versão animada de Ralph Bakshi), ainda que Jackson aluda a ele em dois pontos. Em A Sociedade do Anel, quando Frodo olha no espelho de Galadriel, ele tem uma visão dos hobbits escravizados e do Condado flagelado por moinhos escuros. Na versão ampliada de O Retorno do Rei, após a queda de Isengard, Merry e Pippin descobrem que os armazéns de Saruman contém produtos do Condado, indicando algum tipo de contato.

Mas Jackson moveu as mortes de Saruman e Língua-de-Cobra para a queda de Isengard. Língua-de-Cobra ainda mata Saruman, mas ele é morto por uma flecha de Legolas. Assim quando Frodo e companhia retornam ao Condado, eles o encontram imutável. Portanto na narrativa de Jackson, a visão de Frodo foi apenas um futuro possível evitado pela morte de Saruman em Isengard.

Ainda assim, eu considero uma vergonha que “O Expurgo do Condado” não tenha sido filmado, pois ele é uma alegoria política potente que permanece relevante hoje. Muitos comentaristas simplesmente notam que o Expurgo é baseado na experiência pessoal de Tolkien de retornar das trincheiras da Primeira Guerra Mundial para encontrar a Inglaterra um lugar modificado. Mas o Expurgo vai muito além de qualquer experiência do Tolkien. É uma obra de imaginação, uma alegoria política que se assemelha muito mais às experiências dos soldados alemães retornando da Grande Guerra para encontrar um regime radicalmente novo, dominando por estrangeiros.

O Condado foi subjugado do seguinte modo. Após a queda de Isengard, Saruman foi reduzido a um “pedinte vagando pelos ermos”, um refugiado. Mas quando ele tinha poder, o mago desenvolveu uma rede ampla que alcançava o Condado, onde ele cultivou a amizade de Lotho Pústula.

O Condado era uma sociedade agrária e autárquica de pequenos camponeses e comerciantes independentes. Pústula, porém, era suficientemente alienado e ambicioso que ele queria mudar sua ordem social. Ele queria mais terra do que ele poderia trabalhar por si próprio, e ele queria empregados para trabalha-la, para que ele pudesse ficar rico cultivando para exportação. Em resumo, ele queria ser um mandachuva com um latifúndio.

Por meio de misteriosas infusões de capital de fora do Condado (obviamente de Saruman), Pústula conseguiu adquirir a propriedade de pequenos proprietários com problemas econômicos (talvez emprestando-lhes dinheiro a juros usurários e então tomando seus bens quando eles não pudessem pagar), reduzindo-os a empregados no que outrora havia sido sua própria terra. Assim Pústula tornou-se um mandachuva, entitulando-se Condestável-Chefe e então apenas Chefe. Quando Saruman e Língua-de-Cobra chegaram como fugitivos, naturalmente Pústula os hospedou.

Tendo elevado o desenraizado e ganancioso Pústula ao poder, Saruman aconchegou-se com o Chefe e começou a instituir uma nova ordem. Ele trouxe estrangeiros racialmente indeterminados para intimidar e aterrorizar os hobbits. Ele também recrutou hobbits de caráter defeituoso – pessoas que queriam aparecer e se intrometer nos negócios alheios – para expandir a força policial. Isso era necessário, porque Sarumam também expandiu vastamente as regras e regulamentos de modo a subjugar os hobbits. Naturalmente, houve descontentamento, então uma vasta rede de espiões e informantes foi criada, bem como um serviço de correio para transmitir rapidamente relatórios e ordens. Dissidentes eram então agrilhoados e presos.

A sociedade foi coletivizada. Casas privadas foram substituídas por cortiços feios, entulhados, arruinados. Racionamento foi introduzido para esmagar os espíritos dos hobbits e abaixar seu padrão de vida, liberando recursos para serem consumidos por seus novos senhores ou para serem exportados por dinheiro. O lazer foi restrito e o trabalho expandido. Artesanatos, que eram bons para uma economia esteticamente refinada e ecologicamente sustentável, foram substituídos por indústria pesada para produzir bens para exportação.

Essa indústria era alimentada pelo desmatamento e poluía a água e o ar. Mas a profanação da natureza foi muito além até dos limites da necessidade econômica, traindo um ódio pela natureza e pela beleza enquanto tais. O real objetivo de Saruman era menos criar um novo mundo do que destruir o anterior.

Finalmente, para cimentar seu domínio, Saruman arranjou secretamente o assassinato de seu colaborador Pústula uma vez que ele já havia ultrapassado sua utilidade.

É simplesmente um erro reduzir tudo isso a uma alegoria da ascensão endógena do capitalismo na Inglaterra. Pois o papel de Saruman indica que esse processo foi longe de ser endógeno no Condado. Nem na Inglaterra, aliás. Saruman representa uma influência estrangeira, especificamente o espírito judaico – desenraizado, alienado, materialista, e ultimamente niilista – que está encarnado tanto no judaísmo como em seu fenótipo ampliado, o calvinismo e o protestantismo do baixo clero. (Foi a Revolução Puritana que trouxe os judeus de volta para a Inglaterra).

Porém, o golpe de Saruman e a eliminação de Pústula não se assemelham a qualquer coisa que tenha ocorrido na Inglaterra. Mas lembram a revolução que derrubou o Kaiser, seguida por vários putsches judaico-bolcheviques e finalmente pela República de Weimar. Ademais, o sistema totalitário de espiões e informantes de Saruman e sua expropriação de pequenas propriedades rurais e confisco de sua produção não ocorreram na Inglaterra ou na Alemanha, mas ocorreram na Rússia Soviética, levando a alguns dos maiores crimes contra o homem europeu na história. Assim, O Expurgo do Condado é uma alegoria política aplicável não apenas à Inglaterra mas a todas as formas de subversão judaica da sociedade tradicional.

Mas também é uma alegoria de como um povo pode recuperar o controle de seu destino. Os hobbits haviam perdido sua liberdade por meio de táticas “salame”. Cada dia um pouquinho de sua liberdade era cortada, mas não o bastante para causar uma rebelião geral, somente bastante resmungo passivo, até finalmente, quando o significado do que estava acontecendo tornou-se evidente para eles, era tarde demais. Frodo e companhia, porém, retornaram para casa após uma longa ausência, e a mudança os atingiu de imediato. Ela não os desmoralizou e enervou lentamente. Ela os deixou furiosos.

E como veteranos de guerra, eles sabiam algo sobre lutar. O Condado também havia sido perdido porque os hobbits eram desunidos e medrosos, ultimamente porque eles haviam desfrutado de uma vida mole e um estilo de vida tranquilo. Frodo e seus camaradas, porém, haviam sido testados e endurecidos no flagelo da guerra. Eles não seriam intimidados por rufiões estrangeiros, não importa qual fosse sua altura. Eles imediatamente mobilizaram seu povo e expurgaram o Condado dos usurpadores. Os hobbits há muito estavam rangendo sob o novo regime. Os veteranos foram a fagulha do pavio.

Algumas pequenas escaramuças levaram a uma climática batalha em Beirágua, que deixou quase 70 dos rufiões estrangeiros mortos e o resto presos ou fugidos. Dezenove hobbits também morreram. Os hobbits então marcharam até Bolsão para derrubar Saruman e expulsá-lo do Condado. Os prisioneiros também foram liberdados incólumes. Essas políticas tolamente gentis para com assassinos foram justificadas por Frodo com efusões de moral e hocus-pocus metafísico que nos lembram que, afinal, isso é literatura juvenil. Melhor ignorá-lo quando nossos inimigos estiverem a nossa mercê.

A analogia histórica mais próxima ao Expurgo do Condado vem da Alemanha, onde vários grupos Freikorps – milícias de veteranos desmobilizados – esmagaram putsches judaico-bolcheviques na Prússia e na Bavária. Ademais, o sucessor do Freikorps foi o NSDAP, também liderado e repleto de veteranos, que finalmente acabou com a República de Weimar. É um modelo digno de se contemplar hoje conforme milhares de veteranos brancos retornam de uma guerra instigada pelos judeus no Iraque para se depararem com uma taxa de desemprego de 30% em uma pátria tomada e saqueada por imigrantes não-brancos. Há um eleitorado apenas esperando por um líder.

Source: http://legio-victrix.blogspot.com/2012/01/o-expurgo-do-condado.html [3]